A história da música nos conta que os ritmos que se projetaram nacionalmente tiveram que romper com o regionalismo e fundir-se a outros ritmos internacionais. Com a crescente popularização que vem ocorrendo com o RITMO BREGA, estamos bem próximos de uma projeção nacional, sem que tenhamos necessariamente de romper com o nosso regionalismo.
Não precisaremos abandonar a nossa cultura e nem abandonar a nossa tradição. Pelo contrário, será justamente o ritmo do nosso carimbó ou do nosso retumbão, que nos darão o suporte musical de que precisamos. A modinha foi sucesso em razão de ter sido uma variação de estilo. O maxixe foi originário do lundu, após sua fusão com outros ritmos estrangeiros. O samba surgiu da influência que recebeu do lundu e do batuque com outros ritmos. Luiz Gonzaga ficou conhecido quando lançou um novo balanço e uma nova forma de se dançar.
No nosso caso, O BREGA rasgado deu uma nova maneira pra se dançar, com muito mais evoluções. A própria bossa nova foi influenciada pelo jazz. Por outro lado, a jovem guarda foi reflexo do rock internacional. A MPB se projetou quando rompeu com o regionalismo e incorporou elementos do jazz e do rock da jovem guarda. O tropicalismo seguiu a mesma tendência, incorporando elementos do rock, dos ritmos estrangeiros e da cultura de massa. Os baianos se projetaram com a popularização dos ritmos afro-brasileiros, misturando o samba ao reggae, resultando no axé music. A música sertaneja que faz sucesso hoje é uma fusão do nosso estilo caipira com o country norte-americano.
O nosso ritmo brega não foge à regra. A base é do iê-iê-iê norte-americano e muitos elementos vindos das Guianas e principalmente de Caiena. As batidas do brega ainda lembram o rock da década de 50. Os arranjos introduzidos pelo maestro Hélio Silva na música “Brega Carimbó”, do Kim Marques, que misturou todas essas influências do Calipso no nosso retumbão, ficou muito mais gostoso de se dançar brega, e com isso muito mais fácil projetar o brega nacionalmente.
Mas para que isso venha de fato ocorrer será importante que as melodias sejam preferencialmente as mais românticas possíveis. Já estamos bem próximo de instituirmos nacionalmente o Movimento Brega, Vai ser demais!
Brega é considerado por muitos como gênero musical, mas, sua conceituação como estética musical tem sido um tanto difícil uma vez que não há um ritmo musical propriamente "brega", por isso é alvo de discussões por estudiosos e gente do meio musical. Inicialmente, o termo designava um tipo de música romântica, com arranjo musical sem grandes elaborações, e com bastante apelo sentimental, fortes melodias, letras com rimas fáceis e palavras simples, muitos a consideram como uma música supostamente de "mau gosto" ou "cafona". Neste trabalho será desmistificada tal concepção, e serão mostrados que muito desse preconceito deriva de um discurso limitado e superficial de pessoas que se dizem especialistas musicais e pela Mídia, e que a música Brega seja ela um gênero, um subgênero ou outra uma coisa, são canções que expressão pensamentos e romantismos recheados de significados que fazem que milhares de ouvintes se identifiquem com tal melodia, canção ou até com a própria letra musical. Além de respaldar um resumo histórico, e uma análise hipodérmica desse gênero tão controverso.